De repente a crise ficou para trás na opinião pública graças a artigos populistas e manipulativos como este.
Notícias recentes informavam que o Governo se prepara para alterar o estatuto da empresa Estradas de Portugal, a fim de lhe conceder "sustentabilidade financeira e fiabilidade" para poder avançar com os projectos que tem em curso.
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O que a Estradas de Portugal não tem é dinheiro suficiente para assegurar o pagamento dos trabalhos já efectuados e, muito menos, para assumir novos encargos.
Mas dinheiro dado pelo Estado só tem origem nos impostos, ou seja, é necessário canalizar receitas dos impostos para aquela empresa.
(...)
Na verdade, é muito bonito o discurso das estradas, muito patriótico o do TGV e muito apelativo o do aeroporto, mas duvido sinceramente que estes encargos, sobrepostos ao longo dos anos, possam vir a ser satisfeitos sem aumentar significativamente os impostos.
O país não cria um nível de riqueza que permita gerar receita suficiente para pagar tudo o que desejamos.
O exemplo das estradas devia servir de lição.
Não é a Estradas de Portugal que não tem sustentabilidade financeira.
É o país.
Manuela Ferreira Leite, in Expresso
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